segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Projecto "Semear a Leitura" I

A nossa turma inscreveu-se num projecto promovido pela Biblioteca Municipal de Porto de Mós que tem como objectivo criar leitores activos, isto é semear o gosto pela leitura. Este projecto terá a duração de 2 anos.
Na quinta-feira, dia 11, recebemos a primeira visita de duas contadoras de histórias e da coordenadora da biblioteca.
Fomos surpreendidos com uma mala que apresentava o projecto. Dessa mala saiu a história "A caixa de agulhas da tia Joana". 


O livro faz uma descrição sugestiva de uma caixa de agulhas e leva o leitor a descobrir a variedade desta ferramenta que serve para coser, tricotar ou fazer renda; qual câmara de filmar, que joga ora com grandes planos, ora com planos de pormenor, o nosso olhar capta a arrumação que se vive naquela caixa vermelha, verificando que, lá dentro, há duas caixas e um saquinho, todos eles contendo agulhas. O inesperado acontece: a caixa cai no chão e tudo se espalha e mistura. Vai ser a Ana, sobrinha da tia Joana, que tudo recolhe deixando a caixa muito bem arrumada. Cumplicidades nos pequenos nadas da vida de uma menina. 
Surgiu um novelo de fio vermelho, na mão da contadora de histórias. Criou-se o mistério.... Para que serviria? Qual seria o seu significado?
 
 
A conversa sobre aquele novelo de fio vermelho levou-nos a outra história: "Ainda nada?" Era a história do senhor Luís e da sementinha que depositou na terra. “Ficarei à tua espera”, disse-lhe ele. O tempo passou e o senhor Luís foi todos os dias ver se a sua sementinha se transformava numa bela flor. Todos os dias. Mas nada acontecia. E assim, frustrado, certo dia disse: “Já estou farto! Não merece a pena voltar amanhã.” Só que, afinal, valia a pena voltar no dia seguinte. Valia muito a pena. E, por ter sido impaciente, o senhor Luís perdeu o melhor... Acabou por não chegar a ver a flor. 

 


No final da história os alunos viram semear simbolicamente a leitura. Num frasquinho  de vidro ,com algodão colocou-se uma semente que foi devidamente regada. Vamos esperar pacientemente que brote, tal como na história, lentamente...
E como por magia, aquele novelo de fio vermelho voltou a aparecer. Todos voltaram a questionar para que serviria, todos tentaram adivinhar...
Foi tecida a "teia da espera". Uma teia que permitiu que cada aluno formulasse um desejo, algo que se viesse a concretizar rapidamente. A cada desejo formulado o fio era enrolado num dedo e passado a um colega. 
No final do jogo o fio foi enrolado no novelo e surgiu o livro "Eu espero..."


Este livro é uma extraordinária metáfora da vida dada por um fio que corre, passando de página para página (desde a folha de rosto até à página final preenchida com o fio apanhado em meada), e que arrasta acontecimentos marcantes que constroem um ser na sua plena dimensão humana. Vida feita de alegrias e tristezas, mas com a espera sempre como elemento recorrente. O livro, e em particular a capa, tem o formato de um envelope com janela, de onde sai a imagem de uma criança com olhar expectante. A partir daqui os vários momentos representados articulam-se de forma solidária e mostram ao leitor que há sempre um amanhã e que vale a pena acreditar no futuro. O modo sóbrio como se representam as personagens e a profundidade da expressão do traço do ilustrador, reforçados pela omnipresença do fio vermelho da vida, tornam este livro um objecto de arte.
No final da apresentação facilmente os alunos perceberam que o novelo apresentado no início da actividade simbolizava o fio da vida e que o vermelho era a cor que ligava as três histórias. Estavam todos muito fascinados!
A próxima actividade será dentro de cinco semanas. Estou ansiosa!

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