No dia 24 de Março a Camila chegou à nossa sala para falar de poesia e da Primavera. Trouxe-nos a história "Frederico", um ratinho poeta.
Quando chega o Inverno, comprova-se que o trabalho poético deste pequeno rato era diferente das tarefas desempenhadas pelos demais, mas passa a ser imprescindível para que todos os ratos consigam ultrapassar a crueza desta estação. Assim, neste texto, Frederico é aceite tal como é, e não lhe acontece o mesmo que à desgraçada cigarra da fábula. Em “Frederico”, o autor reformula a fábula da cigarra e da formiga, alterando o seu significado moral e aprofundando o seu conteúdo sem perder a simplicidade, de modo a que qualquer um de nós possa entendê-la. Um dos grandes temas da história é a individualidade, a descoberta e a aceitação da identidade própria: Frederico é poeta e demonstra que, à sua maneira, também contribui para o grupo. O livro apresenta-nos o artista, não como um ser auto-marginalizado ou rejeitado, mas como uma pessoa necessária às demais. Perante o valor do trabalho, Frederico recorda aos leitores a necessidade de nos alimentarmos de outras coisas para além de palhas ou nozes. Mas vai mais além. Para muitos, Frederico poderá parecer egoísta, mas o egoísmo do protagonista é simplesmente a fidelidade a si próprio. Os seus companheiros, longe de recriminá-lo, deixam-no meditar, respeitam a sua introspecção e sentem verdadeira curiosidade pelo seu mundo, ao qual, finalmente, acabarão por agradecer.
Com a sua história, Lionni parece transmitir às crianças a importância da liberdade individual: os leitores sentem-se amparados, pois sabem que os ratos respeitam a individualidade de Frederico, o que satisfaz até o leitor mais inseguro. É como se lhe dissesse que cada um pode ser o que deseja e sê-lo sem receio, uma vez que os outros irão entendê-lo…
Os alunos realizaram ainda poesia através de imagens, rimas com os nomes e um acróstico sobre a Primavera.
Obrigada pela tua visita, Camila! Foi muito divertido!